quarta-feira, 22 de abril de 2009

De 2052 em diante.

Eu sou mulher.

E tomando como exemplo as do meu gênero, acho que meu maior medo de velhice não são as rugas ou ficar gagá.


Meu maior medo é ficar besta.

E os maiores exemplares estão aí para quem quiser ver:

- A Hebe depois de velha, quer dar "selinho" em todo mundo.
- A Ana Maria Braga quer se travestir.
- A Susana Vieira quer namorar os quase-netos. Nada contra, mas além disso ela anuncia isso aos 4 ventos, para quem NÃO quiser ver.

Ainda na minha juventude, penso: vou fazer o que tiver que fazer agora, porque depois não quero ser a avó chata disputando a idade com meus netos. Cada um na sua fase, cada um no seu quadrado.

Porque depois não adianta! A fase de transgressão, de revolução, definitivamente não é essa.
Lógico que uma como a Dercy Gonçalves não se encaixa nessa parcela de senhoras absurdas. Porque absurda, ela sempre foi.

O fato é que elas ridicularizam suas próprias conquistas e as conquistas femininas ao longo do tempo. Apagam todo um passado de batalhas. Tudo para parecerem um pouco louquinhas, moderninhas e rebeldes (porque no siguen a los demás).

Hoje abri a revista TPM, qual não foi a surpresa uma matéria ter esse mesmo tema. Que velhinha você quer ser?
Uma feliz coincidência, porque eu não conseguia lembrar dos bons exemplos.

Tá, citaram uma velhinha. Mas lembraram das grandes, das velhonas Hilda Hilst, Dona Canô e Zélia Gattai.

Eu quero é isso. Envelhecer com dignidade.

Respeitar fios de cabelo branco e linhas profundas no meu rosto. Quero entender meu corpo e quero estar convencida de que aquela sou eu, na versão mais perfeita do que um dia eu já fui.

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