domingo, 25 de outubro de 2009

Cagona.

Uma das qualidades que mais odeio em mim é o medo. É foda até de assumir. Mas sou medrosa, cagona, e isso tudo influencia nas minhas indecisões, que não só são muitas como são todas!


Esse medo de errar, de parecer imperfeita me atam. Esse medo de me exibir, de escrever num blog pra ser julgada por um e outro. Esse medo de arriscar uma nova carreira porque pode dar errado. Esse medo de ir atrás da felicidade, mesmo que ela não seja uma finalidade, mas sim uma busca eterna.


Medo de não ser marcante, medo de marcar demais.


Conheci o termo “bad trip” quando me entorpeci. Eu sinto que a bad é constante, mesmo nos momentos caretas. Mas por sorte, ignorada na maioria das vezes.


Por que me esconder num personagem engraçado, bobagento, com aquelas sacadinhas que todos gostam de ler? Porque não dá pra ser triste. Ninguém aguenta as tristezas de ninguém. Tristeza só da IBOPE na TV.


Assumir as fraquezas, as falhas de personalidade é arriscado. Porque elas para os olhos dos seus espectadores têm que ser invisíveis. E então fazemos questão de abafá-las.

Um dia, disse para um chefe: não vou sozinha visitar o cliente, sou insegura. Você tem que ir comigo até eu me acostumar. Depois disso uma colega fazia questão de repetir essa minha confissão: “você é insegura. E eu não!”.


Sei lá se é essa sociedade competitiva que nos fez ficar assim ou se sempre fomos assim. Nesse caso da minha ex-colega, o excesso de confiança dela se converteu a uma fraqueza também. De cagadas homéricas nunca assumidas a mentiras ditas dela para ela mesma.


E o que fazer com meu medo? Ainda não sei. Mas pensei em escrever pra vocês.


Agora estou nua, mostrando minhas vergonhas. Pode apontar e rir.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bang

Se estiver com raiva, não atire

A 1ª pedra;
Nem o que estiver seguro na sua mão direita;
Nem o restante das pedras.

Não atire essas palavras
Porque mesmo que pegue de raspão, é bala: atinge.


domingo, 26 de abril de 2009

Coração Quebrado.

Minha vida anda tão vazia de romantismo que nem declaração para o Imposto de Renda eu precisei fazer.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

De 2052 em diante.

Eu sou mulher.

E tomando como exemplo as do meu gênero, acho que meu maior medo de velhice não são as rugas ou ficar gagá.


Meu maior medo é ficar besta.

E os maiores exemplares estão aí para quem quiser ver:

- A Hebe depois de velha, quer dar "selinho" em todo mundo.
- A Ana Maria Braga quer se travestir.
- A Susana Vieira quer namorar os quase-netos. Nada contra, mas além disso ela anuncia isso aos 4 ventos, para quem NÃO quiser ver.

Ainda na minha juventude, penso: vou fazer o que tiver que fazer agora, porque depois não quero ser a avó chata disputando a idade com meus netos. Cada um na sua fase, cada um no seu quadrado.

Porque depois não adianta! A fase de transgressão, de revolução, definitivamente não é essa.
Lógico que uma como a Dercy Gonçalves não se encaixa nessa parcela de senhoras absurdas. Porque absurda, ela sempre foi.

O fato é que elas ridicularizam suas próprias conquistas e as conquistas femininas ao longo do tempo. Apagam todo um passado de batalhas. Tudo para parecerem um pouco louquinhas, moderninhas e rebeldes (porque no siguen a los demás).

Hoje abri a revista TPM, qual não foi a surpresa uma matéria ter esse mesmo tema. Que velhinha você quer ser?
Uma feliz coincidência, porque eu não conseguia lembrar dos bons exemplos.

Tá, citaram uma velhinha. Mas lembraram das grandes, das velhonas Hilda Hilst, Dona Canô e Zélia Gattai.

Eu quero é isso. Envelhecer com dignidade.

Respeitar fios de cabelo branco e linhas profundas no meu rosto. Quero entender meu corpo e quero estar convencida de que aquela sou eu, na versão mais perfeita do que um dia eu já fui.

sábado, 11 de abril de 2009

A Páscoa [texto rápido]

Lá na aula de religião em mil novecentos e noventa e oito, a professora carola me solta essa:

- Vocês, não-católicos, se aproveitam dos nossos feriados!

Bom, em primeiro lugar, eu não nasci por volta de mil e quinhentos, não é? Tem culpa eu que nossa terra brasilis foi invadida por portugueses odiadores do deus Tupi? Não, eu não.

Aliás, se os índios ainda fossem donos dessas fronteiras, teríamos poucos feriados como "agradecer a boa colheita" ou "pedir bastante chuva para a plantação". E é bacana, porque o que íamos querer além disso?

Aí chega a Páscoa e ninguém entende nada: sexta-feira da paixão, sábado de aleluia e domingo de páscoa. O que é o que mesmo?! Não sei dizer bem.

O que eu vejo são pessoas brigando, xingando-se entre si, quase se estapeando por chocolates em simpáticas formas de ovos. Suponho que Jesus esteja vendo isso. E Ele não está gostando, não mesmo.

E assim, os conceitos desses feriados são meio furados: paz, amor, fraternidade etc.
Não me vem com essa!
As pessoas nessas datas só conseguem odiar o próximo e fraternidade de cu é rola, pardon my french.

Então é isso: estou aproveitando os dias de folga como todo mundo e agradeço a Jesus por isso. Não sou católica, não sou cristã, mas sei que ele existiu e se ainda está na boca do povo, é que o cara é O cara mesmo. Eu não vou negar.

Também não sou negra, mas aproveito a folga que Zumbi me deu. E para ser justo, o dia do índio também merecia um feriado.

Vamos lá: comer bacalhau sei lá porquê (não é a única carne branca do mundo), comer chocolate também não sei porquê...em formato de ovos, trazidos por coelhos. Wow! O verdadeiro samba do criolo doido.

Feliz Páscoa, para os que acreditam.

E Feliz Páscoa para os que não acreditam.

Muito amor, paz e fraternidade. E agora eu tô falando sério!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Você não é (tudo) isso.

Você não é transgressor.
Você não nasceu para o que acha que tem talento.
Você faz tudo muito rápido, porém imperfeito. E isso não é uma boa qualidade, como você deve pensar.

Por favor, perceba.
Perceba-se.

Você não é 1% do que você acha que é.
Você não enxerga o que você tem de melhor. Isso porque você se imagina ainda melhor que isso. E é aí que você fracassa.

Por favor, supere.
Supere-se.

E faça uma coisa.
Faça por mim e por você:
Seja só o que você é.