quarta-feira, 27 de junho de 2007

Sonhos sem nome.

Vendo TV dia desses, acompanhamos uma reportagem de pessoas que não tem registro. Então, tecnicamente, elas não existem. Trabalham, pagam suas coisas, pagam o imposto das coisas, mas existir, não existem.
São pessoas, mas não são cidadãs. Por isso mesmo não têm direito a atendimento médico e outras coisas também essenciais.


Ao ver aquele absurdo, a dificuldade de conseguir um registro sem ter outro registro, brotou uma maldadezinha no meu coração. Sabe aquela erva daninha que nasce e você nem tem tempo de evitar e vai crescendo, crescendo. Então puf! Botei pra fora.

Um dia o Mamonas Assassinas cantou “a minha felicidade é um crediário nas Casas Bahia”? Bom, foi tudo o que pude lembrar naquele momento.
Mas que cruel! Que coisa horrorosa! Que coisa lastimável! – disse minha mãe fazendo um movimento negativo com a cabeça.

Ah! Como me envergonhei de ter pensado aquilo e ainda mais gastar energia abrindo e fechando a boca só para profanar alguns quilos de maldade dentro de mim.

Ao final da reportagem, perguntaram para uma das pessoas entrevistadas qual a 1ª coisa que faria após conseguir seu documento. Podem adivinhar o que ela falou?
E o que eu disse, afinal, era a realidade crua. Os tais quilos de maldade que despejei pela boca até me deixaram um pouco mais magra. E atenta.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Eu sou uma farsa. Mas é melhor você não saber.

Como era de se esperar eu desisti. Pelo menos eu esperava.

Comecei este blog porque tinha uma boa história para contar. A do ar condicionado. Agradou o público feminino. Tinha algum fundamento e era um pouco divertido.

E aí o tempo passa. As coisas passam e penso: mmmm...isso ficaria bem no meu blog. Aí minutos também se passam e pimba, já era, o acontecimento cai no vale do esquecimento. Ou pra ser sincera, não tinha tanto merecimento para estar aqui.

Aliás, me digam por que um blog? Por que não uma agenda, um caderno, ou mesmo o Microsoft Word aqui no meu PC?

O que me incomoda e posso assumir essa fraqueza, é como escrevo. Não me sinto à vontade ao escrever e me ler.

Enfim, quem estiver lendo isso aqui pode estar pensando “pô, mais um post de crise textual?”. Posso responder de um modo bem infantil? O blog é meu, o pobrema é meu.

[hahaha]

Um dia eu estava lendo um e-mail da faculdade para os ex-alunos, pedindo um livro para um aluno carente, estudante de Economia. Arranjei o livro, que nem era meu e doei. Deu vontade, gosto de ajudar e o que custa?

Depois de inúmeros agradecimentos (Deus! Como eu amo essa faculdade!), pediram-me um texto sobre a minha vivência na universidade. Até hoje não mandei. Por quê? Desculpa de tempo. Mas por quê, de verdade? Sei lá, medo de cagar na história.

Já escrevi uma vez para eles, pelo visto gostaram, elogiaram e publicaram. Mas pô, 2ª vez que eu vou escrever. Tenho interesse, mas não quero.

Isso já entrou na lista de um zilhão de “coisas- que- me- incomodam- e- se- eu- não- resolver- logo- vai- me- seguir- a- vida- toda”. Que nem aquele dia na 4ª série que a professora pediu pra levarmos 1 folha de almaço cada. Eu levei 2 e uma foi emprestada. Até hoje não devolvida.

Já perdi pros outros coisas de mais valor e até coisas que não têm preço. Mas essa do almaço, não superei.

Vou de novo, tentar fazer com que isso aqui continue. Que seja pra mim, afinal, mesmo não sendo caderno ou diário com cadeado, ninguém lê.

Então tá, acordo feito. Vamos nutrir isso aqui.