Vendo TV dia desses, acompanhamos uma reportagem de pessoas que não tem registro. Então, tecnicamente, elas não existem. Trabalham, pagam suas coisas, pagam o imposto das coisas, mas existir, não existem.
São pessoas, mas não são cidadãs. Por isso mesmo não têm direito a atendimento médico e outras coisas também essenciais.
Ao ver aquele absurdo, a dificuldade de conseguir um registro sem ter outro registro, brotou uma maldadezinha no meu coração. Sabe aquela erva daninha que nasce e você nem tem tempo de evitar e vai crescendo, crescendo. Então puf! Botei pra fora.
Um dia o Mamonas Assassinas cantou “a minha felicidade é um crediário nas Casas Bahia”? Bom, foi tudo o que pude lembrar naquele momento.
Mas que cruel! Que coisa horrorosa! Que coisa lastimável! – disse minha mãe fazendo um movimento negativo com a cabeça.
Ah! Como me envergonhei de ter pensado aquilo e ainda mais gastar energia abrindo e fechando a boca só para profanar alguns quilos de maldade dentro de mim.
Ao final da reportagem, perguntaram para uma das pessoas entrevistadas qual a 1ª coisa que faria após conseguir seu documento. Podem adivinhar o que ela falou?
E o que eu disse, afinal, era a realidade crua. Os tais quilos de maldade que despejei pela boca até me deixaram um pouco mais magra. E atenta.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
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Um comentário:
Que coisa mais triste de se constatar, não é? O passo de "existir" significa poder comprar à prazo, não poder usar hospital. Mas como Madonna já dizia, "vivemos num mundo materialista". rs.
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